Deixa correr a vida, tu não a podes parar.
Se a quiseres segurar, mesmo em noites perdidas,
A vida continua, sempre e sempre, sem parar.
Se tentas travar a vida, ficar-te-ão mãos vazias
Porque era areia, tudo aquilo que agarravas.
E agarrasses tu com quanta força tens,
Só as dores das unhas cravadas na carne
Seria tudo aquilo que conservarias.
Deixa viver e vive também.
Todas as noites trazem descanso,
Todos os dias a luz do sol.
Cada coração traz em si
As pequenas sementes de vida,
Que tu com a tua respiração,
Desde essas sementes pequeninas,
Confortaste, beijaste, as embalando.
Não há medos nem preconceitos
Que te arranquem os filhos dos peitos
Com que tu lhes deste o crescimento.
Tu vives, vendo eles vivendo,
Tu vives, nas noites sem poderes dormir,
Tu descansas os olhos cansados
Naqueles dias calmos os olhando,
E em que eles naturais te olham
Mostrando-se ao mundo, ali a teu lado.
19.08.2009